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Mitos e Verdades sobre a Psicoterapia – Afinal, ela gera mudança?

Foto do escritor: Laura GomesLaura Gomes

Por: Laura Gomes - Estudante de Psicologia do 6° período | Estagiária do Carreira Psi


Muitas pessoas deixam de experienciar a psicoterapia por conta de seus próprios preceitos acerca da prática clínica. Quem já fez terapia, por vezes, abdica da chance de melhorar sua qualidade de vida devido a alguma situação desagradável ou desconfortável vivida em uma relação terapêutica passada. Por outro lado, quem nunca se deu a oportunidade, normalmente não sabe muito bem o que esperar ou no que consiste esse processo.

Segundo Wolberg (Cordioli & Grevet, 2019), a psicoterapia consiste em um método de tratamento no qual uma pessoa treinada estabelece uma relação profissional deliberada com uma pessoa que busca ajuda. Ela visa amenizar os sintomas do indivíduo ou corrigir padrões disfuncionais, bem como promover o crescimento e o desenvolvimento da personalidade.

Para desmistificar algumas crenças relacionadas à prática terapêutica, escolhemos alguns relatos controversos e opiniões populares sobre a temática para esclarecer possíveis dúvidas e trazer alusão à importância do cuidado à saúde mental.

Portanto, aqui estão alguns mitos que você já ouviu sobre a terapia (e por que não são verdades)!



  • “A terapia é somente para tratar problemas sérios e transtornos mentais”.

A terapia pode ajudar qualquer pessoa, mesmo que ela não tenha problemas graves. Beck (2009) explica que, além de tratar questões emocionais, a terapia também pode ajudar a prevenir problemas futuros, ensinando habilidades para lidar com o estresse antes que ele se torne algo mais sério. As pessoas procuram terapia por muitos motivos, como desafios nos relacionamentos, estresse no trabalho, mudanças na vida ou até para se conhecerem melhor. No geral, a terapia é um espaço para aprender e crescer emocionalmente, e melhorar a qualidade de vida, independentemente da queixa.



  • “Eu não preciso de terapia, eu tenho minha religião”.

A Psicologia enxerga o indivíduo como sendo um ser bio-psico-social, e cada vez mais abordagens entendem a importância de contemplar a dimensão espiritual no processo terapêutico. A espiritualidade e a religião podem, sim, ser fontes de conforto e apoio emocional, mas, de forma alguma, são substitutos do trabalho terapêutico. A psicoterapia oferece um espaço seguro para explorar emoções, pensamentos e comportamentos que podem estar além do alcance de práticas religiosas, e vice-versa. Sendo assim, um não é excludente ao outro, pois servem a objetivos e propostas diferentes.



  • “A terapia é só uma sessão para desabafar".

A visão de que a psicoterapia é somente um espaço para contar de seus problemas surgiu dos primeiros modelos psicanalíticos de atendimento, onde o terapeuta adotava uma postura mais passiva, enquanto o paciente associava livremente seus pensamentos. Hoje, abordagens com um objetivo diferente, como a TCC, ilustram um outro estilo de psicoterapia: mais ativa, colaborativa, e baseada em estratégias estruturadas para mudança, contrastando com a ideia de que a terapia seria apenas uma oportunidade de "desabafar".



  • “Terapia não é confidencial"

Segundo o Art.9° do Código de Ética do Psicólogo, a confidencialidade é um dos pilares fundamentais para a prática clínica. Isso implica que o psicólogo deve manter todas as informações do paciente em absoluto sigilo, protegendo a privacidade e a confiança depositadas no processo terapêutico, podendo somente ser rompida em situações excepcionais previstas em lei, como riscos à vida do paciente ou de terceiros.



  • “Vou ter que fazer terapia para sempre"

Algumas abordagens, como a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), visam capacitar o paciente a se tornar independente e gerenciar seus problemas por conta própria, isto é, a ser o seu próprio terapeuta. A TCC é estruturada e orientada por um plano de tratamento com metas claras e delimitadas no tempo, tendo como foco a resolução de problemas e o desenvolvimento de habilidades de enfrentamento. Em sua maioria, as psicoterapias são projetadas para ter um fim, não para serem eternas.



  • "Os terapeutas te julgam"

Na Psicologia, um dos olhares mais treinados na clínica é o do não julgamento. Na TCC, por exemplo, o processo de mudança depende de uma relação terapêutica colaborativa, onde o terapeuta oferece apoio, compreensão e ferramentas práticas, sem julgar ou criticar o paciente. O objetivo é criar um ambiente seguro e livre de julgamentos, onde o paciente possa explorar seus pensamentos e comportamentos de forma construtiva.


  • "A terapia é igual para todo mundo"

Cada indivíduo é particular. Portanto, a psicoterapia acompanha essa verdade e cada tipo é adaptada às necessidades, metas e características individuais de cada paciente. O que funciona para uma pessoa pode não funcionar para outra, e o terapeuta ajusta as intervenções de acordo com o progresso e os desafios específicos que o paciente enfrenta ao longo do tratamento.


Procurar atendimento psicoterapêutico é um passo importante que pode trazer muitos benefícios para a sua vida. Ao esclarecer esses mitos sobre a terapia, percebemos que ela não é só para momentos de crise, mas uma ferramenta valiosa para entender melhor a nós mesmos, crescer pessoalmente e desenvolver novas formas de lidar com problemas. Na terapia, você encontra um espaço seguro para falar sobre suas emoções e enfrentar os desafios do dia a dia com o auxílio de um profissional. Ao investir em você mesmo por meio da terapia, você se abre para um caminho de autodescoberta e bem-estar que pode fazer uma grande diferença em todas as áreas da sua vida.

Mas e aí, você já ouviu falar sobre esses mitos relacionados à terapia? O que você pensa sobre eles?



Referências:


Some facts and myths about psychotherapy. Reflect Within, 2023. Disponível em: https://reflectwithin.in/some-facts-and-myths-about-psychotherapy/.


Myths about therapy. Psych Central, 2023. Disponível em: https://psychcentral.com/health/myths-about-therapy#next-steps.


BECK, J. S. Terapia cognitivo-comportamental: teoria e prática. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2021. 412 p.

Pearce, M. J., & Koenig, H. G. (2013). Religious Cognitive Behavioral Therapy: A New Form of Cognitive Behavior Therapy for Religious Patients. Journal of Psychiatric Practice.



 

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 Obrigada pela leitura!

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