A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é uma abordagem em psicologia que tem como princípio que cada pessoa possui uma forma particular de ver e perceber a vida, que se baseia em crenças a respeito de si mesmo, do mundo e dos outros. Construímos essas crenças desde o nascimento, a partir das relações e para dar sentido as nossas vivências. Depois, ao longo da vida, essas crenças são reforçadas no contexto de situações importantes para a pessoa. Mas, o que na primeira fase da nossa vida podia fazer sentido, em outro momento e contexto, se torna disfuncional, nos causando incômodos emocionais e/ou prejuízos em determinados aspectos da vida pessoal, social ou profissional.
Então, o modo como avaliamos e interpretamos as situações está baseado nessas crenças, e essas interpretações influenciam o que sentimos e como nos comportamos. Chamamos isso de padrões emocionais, que tendem a se repetir de forma condicionada em determinadas situações. Sempre que vivenciamos situações que tenham algum componente que lembrem as experiências passadas, respondemos emocionalmente da mesma forma e, boa parte das vezes, essa forma não é adequada, ou é mais intensa do que poderia ser. Isso explica, também, porque pessoas que vivenciam um mesmo evento, reagem - pensam, sentem e se comportam - de formas diferentes.
Um exemplo simples: num domingo frio e chuvoso (situação) uma pessoa pode pensar: "Humm o dia está feio", se entristece (sentimento) e resolve ficar em casa (comportamento). Outra pessoa pode pensar: "Hummmm ótimo dia para tomar um vinho", fica alegre (sentimento) e convida alguém para beber e conversar (comportamento).
O dia é o mesmo, mas um simples pensamento pode fazer com que uma pessoa tenha um domingo bom e outra um domingo ruim, principalmente se esse pensamento ativar padrões relacionados a solidão, fracasso, abandono e etc.
"Pare e dê uma chance a si mesmo" - Aaron Beck
O foco de mudança da TCC é identificar e modificar, através de estratégias cognitivas e comportamentais, os padrões disfuncionais, ou seja, aqueles que não são adequados e trazem sofrimento para si ou para os outros. Deixando para traz o que não faz mais sentido para as nossas vidas, criando formas alternativas de pensar e reagir para que possamos nos equilibrar emocionalmente e estarmos mais em paz conosco, com os outros e com o mundo.
Exemplos de crenças errôneas comuns são: "Eu não sou capaz", "Não sou amado", "Sou um fracasso", "O mundo é perigoso", "As pessoas não são confiáveis", etc.
Muitos de nossos valores como “isso é certo ou errado, moral ou imoral”, de nossos pensamentos, sentimentos e comportamentos, são aprendidos. Muito do que acreditamos ser verdade acerca de nós e do mundo é aprendido e, portanto, pode ser modificado.
Há uma grande gama de estudos que comprova a eficácia da Terapia Cognitivo-Comportamental como instrumento no tratamento de diversos distúrbios emocionais, como depressão, ansiedade, fobias, transtornos alimentares pois oferece ferramentas para a identificação e mudança de padrões desses pensamentos e comportamentos.
Essa mudança é a base para que a pessoa passe a encarar situações desafiadoras de uma forma mais eficiente que antes, aumentando o seu bem-estar e sua qualidade de vida.
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