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Depressão infantil: como os pais podem identificar?

Por Yasmin Patrícia, estudante de Psicologia do 7º período e estagiária do Projeto Lótus.


arte por: @annalaura_art



Atualmente a depressão é um dos transtornos com maior prevalência mundial e, cada vez mais, se fala sobre seus efeitos, consequências e seu tratamento na população adulta. Isso apresenta um grande avanço para a sociedade, mas ainda se fala pouco sobre esse transtorno na população infantil. Diferente do que muitos acham, a infância não é uma fase sem problemas e a depressão infantil é uma realidade, e muitos pais sofrem por não saber como ajudar seus filhos pela falta de um diagnóstico.

Vamos, então, destacar alguns sintomas da depressão, especificamente do Transtorno Depressivo Maior (TDM) na infância, que podem se diferenciar dos sintomas nos adultos. A princípio, de acordo com o Manual Diagnóstico Estatístico de Transtornos Mentais (DSM), os sintomas primários são: estado de ânimo irritável, instável ou deprimido e anedonia. Em crianças vemos mais comumente um humor irritável, hiperativo, irá súbita e agitação do que um humor rebaixado, principalmente em crianças menores, já que ainda não possuem muito domínio sobre seus sentimentos.


Nas crianças em idade pré-escolar, é esperado:

  • Agitação;

  • Irritabilidade;

  • Sintomas físicos, como enurese (fazer xixi na calça ou na cama) e evacuação nas roupas;

  • Regressão no desenvolvimento, ou seja, adotar atitudes de crianças mais novas, por vezes já abandonadas;

  • Relação com maus tratos;

  • Ansiedade de separação;

  • Comportamento antissocial.


Já em crianças em idade escolar e adolescentes, sintomas psicológicos são mais comuns e se aproximam mais dos sintomas adultos. Por exemplo:

  • Choro fácil, fadiga, fobias (em crianças nos primeiros anos escolares);

  • Baixo rendimento escolar (repentinamente);

  • Dificuldade de relacionamento com os pais e com os pares (isolamento);

  • Baixa autoestima;

  • Humor deprimido;

  • Desinteresse e desmotivação;

  • Ideias e tentativas de suicídio.


Tendo em vista esses sintomas, é importante falar sobre alguns fatores de risco e de proteção da depressão para a conscientização dos pais. Os fatores de risco são aqueles que podem potencializar ou causar o transtorno, já os de proteção são os que diminuem o risco de desenvolvimento do transtorno. Como fatores de risco, destacam-se condutas parentais inadequadas, como negligência ou rigidez extrema; psicopatologia de um dos pais e entrada precoce na puberdade. Como fatores de proteção podemos citar ambientes familiar e escolar estáveis.

É importante, então, que a família esteja atenta aos padrões de comportamento da criança, para notar mudanças mais facilmente e agir em favor de sua saúde mental. Além disso, criar uma relação de honestidade, em que a criança se sinta confortável para expressar seus sentimentos, sejam eles bons ou ruins, para seus responsáveis é sempre aconselhável pois, desse modo, proporciona-se uma rede de apoio que ensina a importância do diálogo com suas emoções. Dito isso, a psicoterapia também se configura um importante aliado no combate à depressão, entre outros transtornos, e deve ser levada em consideração pelos pais.



Referências:


CRUVINEL, Miriam; BORUCHOVITCH, Evely. Sintomas de depressão infantil e ambiente familiar. Revista Psicologia em Pesquisa, v. 3, n. 1, 2009.


DOS SANTOS, Jessica Mota et al. Fatores de risco para a depressão infantil. Saúde Coletiva (Barueri), v. 11, n. 67, p. 6839-6850, 2021.



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